Ninguém, em sã consciência, gosta de estar endividado. Quem entra nessa situação, geralmente, tem certa dificuldade no controle de gastos e para manter uma reserva de emergência — crucial para driblar despesas inesperadas. “Um bom controle de gastos requer planejamento e atenção para que se possa viver bem o presente e para que se construa um patrimônio e uma reserva para o futuro”, sustenta Maria Eduarda de Andrade Paiva, superintendente executiva do Banco Pan.
Um dos erros mais comuns que as pessoas cometem ao controlar seus gastos é utilizar a reserva de emergência para cobrir gastos recorrentes, mas que demoram para se repetir. É o caso do IPVA, por exemplo, que se repete todos os anos e deveria ser pago de maneira planejada. O carro quebrou? Aí sim é o caso de recorrer à reserva de emergência. Outro erro recorrente é a desistência no meio do caminho.
“O controle de gastos precisa virar um hábito familiar para que não se volte ao padrão de consumo anterior, muitas vezes descontrolado”, conclui a superintendente executiva do Banco Pan.
Veja dicas da especialista para quem quer melhorar o controle de gastos:
1. Conheça seus gastos
O primeiro passo, recomenda a especialista, é ter o valor da renda líquida mensal na ponta da língua — não adianta saber só a cifra anotada na carteira de trabalho, por exemplo, sem considerar os inevitáveis descontos. Saber o valor total dos gastos mensais também é fundamental. Neste caso, é sempre bom prever uma quantia um pouco maior, pois muitas contas variam mês a mês, a exemplo das que se referem à energia elétrica e ao fornecimento de gás.
Uma análise profunda dos ganhos e dos gastos pode abrir caminho para a redução de despesas desnecessárias — será que vale a pena manter a assinatura daquele serviço de streaming, por exemplo, para o qual você não dá bola faz tempo? Para quem quer diminuir a quantidade de gastos, Paiva sugere o seguinte: “estabeleça um orçamento e uma meta para economizar mensalmente. Pode ser 30% da renda líquida mensal, por exemplo, que devem ser destinados para a construção do seu patrimônio”.
2. Faça uma reserva de emergência
O ideal, recomendam os entendidos no assunto, é que ela seja grande o suficiente para cobrir de 6 a 18 meses de despesas regulares. “É interessante que a reserva de emergência esteja aplicada em um local diferente do dinheiro que você usa para pagar as contas e as despesas do dia a dia”, diz a superintendente executiva do Banco Pan.
Na hora de investir o dinheiro da reserva de emergência, priorize opções de baixo risco e com boa liquidez — aplicações sujeitas a muitos altos e baixos e que só permitem resgates depois de alguns dias não são recomendadas nesse caso. “Um bom exemplo são os CDBs de liquidez diária, que possibilitam o saque do dinheiro a qualquer momento e oferecem mecanismos de segurança como a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos)”, acrescenta a executiva do Pan.
3. Anote seus gastos
Há quem opte por anotar cada gasto num caderninho, numa planilha no Excel ou em aplicativos desenvolvidos para isso. Os próprios apps dos bancos, no entanto, já fazem esse trabalho — basta conferir o extrato mensal e a fatura dos cartões de crédito. O mais importante é ponderar, de tempos em tempos, sobre as despesas que podem ser riscadas do seu cotidiano.
“Muitas pessoas passam batido pelo extrato do banco e no final do mês não entendem para onde foi todo o dinheiro que ganharam”, lembra Paiva. “Sem ter consciência do atual patamar de gastos, é impossível se planejar, estabelecer metas e realizar uma boa gestão financeira”. Diz mais: “para cumprir uma meta de economia, é preciso constância e resiliência. Vale acompanhar os gastos semanalmente para correções de rota. Assim você não se assusta com o montante total no final do mês”.
Fonte: Exame
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